Este é seu leito
Um catre, simplesmente
De aqui cada manhã
Saia para ir a sua tarefa
E é aqui que a noite
Deixava suas botinas empanadas
Se vê seus livros na cabeceira
Um a um
Estes livros
Vou abrindo
Nas páginas
ainda se vem às estrias
De suas mãos
A escova de dentes amarela
E o sabão todo branco
Ali sobre o parapeito
São dele
Sua camisa azul de marinheiro
Com as mangas sem mãos cruzadas sobre o
Peito
Estendida caiu sobre a cama
Este é seu leito
Um catre, simplesmente
O muro suspenso
Esse seu chapéu azul dos Domingos
E ali abaixo se vê, novo, um bilhete
de trem, abandonada ao chão.